quinta-feira, 5 de abril de 2012

Orgulho do passado, para olhar o futuro

Numa altura em que se aproxima a Páscoa, o Balsas partilha com todos vós aquilo que uma pequena aldeia é capaz de fazer, a Barroja quando para grande parte das aldeias da nossa freguesia levar uma excursão ao coração das suas aldeias era um sonho, para a Barroja já era uma realidade e já o fazia, basta reparar para a foto e perceber que não existe qualquer ilusão ou obra do photoshop para colocar no Largo do Outeiro ("Iteiro" para os Barrojenses) um autocarro da empresa Barraqueiro (o mítico 215 que em tantas jornadas e passeios promovidos pela LAB, nos transportou), e será fácil olhando para o seu ar e o do Ferrari estacionado junto dele quantos anos já lá vão. Numa época em que o alcatrão ainda estava atrasado umas quantas décadas, fazer a descida desde a Barroja até ao entroncamento da estrada proveniente de Sobral Magro era um feito para corajosos. O domingo de Páscoa era sempre acompanhado por este momento de fé para alguns e de descida a pé para outros. Tempos em que alguns dos habitantes da nossa aldeia faziam questão de fazer estes mil e poucos metros de viagem em autocarro cantando em conjunto com os seus familiares  que estavam iniciando o regresso a Lisboa, tornando este pequeno longo percurso motivo de orgulho, mas também de apreensão, bem como agradecendo e homenageando o nosso motorista (Isidro, o que mais repetiu este acto de coragem), por mais uma descida conseguida com sucesso na estrada de e para a Barroja, os quais posteriormente voltavam a pé a subir a encosta após a nossa partida. 
A vida é feita de dificuldades mas também são elas que nos ajudam a crescer e a saber dar valor ao que vamos conquistando, pois quando se nasce ou cresce com tudo o que nos rodeia hoje nas nossas aldeias, o valor das coisas torna-se nulo porque se fica com a ideia que não se precisa de fazer nada tudo está ali e nasceu com o mundo.
Para todos que seguem habitualmente este espaço, desejo a todos e respectivas famílias uma santa Páscoa .

1 comentário:

  1. O dia de chegada era 6ªfeira, preparava-se o almoço com entusiasmo, a aldeia ia ficar cheia de gente...
    Um ritual que se repeti-o durante tantos anos.
    Hoje em domingo de Páscoa havia duas casas com a porta aberta... sinal dos tempos.
    O domingo era de regresso a casa e ficava a saudade.
    Começava-se já a pensar no ano seguinte...

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